
Tangentes gemidos mudos no delírio profano das palavras
fragilidade de mãos em pétalas de chuva adornadas de sol
fragilidade de mãos em pétalas de chuva adornadas de sol
memória a mapear-me os olhos e a conduzir-me pelo braço,
algodão nos bolsos de silêncios à janela
cortinas de olhos costuradas de pequenas gentilezas fugazes
delírios de batimentos cardíacos na imensidão palpável das tuas complexas avenidas
estranhos encontros da alegria perante a extenuante velocidade da vida
folhas desdobram-se em acto de contrição com enfeites de flor nos girassóis dos imensos sorrisos
recíprocos momentos a sós onde (te) reinvento invento no irreparável mundo dos contrariados sentidos
consciente preambular entre as teias da verdade e a complacente virtude de olhar o mar com o coração nos olhos
um córrego apressado na opressão do meu pulsar e eu um anarquista do teu inebriante sorriso
E se te inventasse? E se nos inventasse (mos) aqui onde as mãos querem ser braços abraços
e os olhos delicadas flores para adornar te o cabelo com sopros de alma.
Zé Afonso
10 comentários:
um caminho de sonho e ternura a pedir para ser inventado. e uma extrema sensibilidade em escolher as palavras que o ladeiam. florido, luminoso e belo. parabéns.
Beijinho
Rosário
E porque não (re)inventar?!Afinal a existencia já por si é uma invençao..
Bj
Perante este belo bailado de palavras, tiro o meu chapéu "onde as mãos querem ser braços abraços e os olhos delicadas flores para adornar te o cabelo com sopros de alma" ;)
é tão belo este texto!
beijo
Fico muda perante o delirio das palavras feitas pétalas, aqui reinventadas.
É o teu sopro da alma que nos adorna a nossa quando te lemos.
Parabéns, gosto imenso de ler os teus textos.
Abraço
Vieira MCM
Meu amigo, fico extasiada, sempre que venho aqui. As tuas palavras embriagam qualquer alma. E fico de joelhos até ao teu voltar. Beijinhos ;)
Espero que a vida te seja tão perfeita quanto as transparentes palavras que reinventas neste espaço muito próprio.
Votos de continuação.
Abraços
José Bonifácio
Este blog é fantástico!
Continuarei a vir aqui.
Um beijo
Poesia é a urgência de nos inventarmos.
[incessantemente]
Um beijo, Zé
Já não sonho, apenas sinto...
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