
assalto te a alma com mãos de aprendiz
onde te beijo os seios com os olhos enquanto o teu sorriso me desperta o sono e nos aglutina em momentos esquecidos nos ponteiros incertos do relógio
inicio dos tempos a colher olhares distraídos nos corpos suados de ponderados instantes nus onde te penetro com o cio ansioso das vontades
fúria cruel de tantas outras paragens na desordem das horas
ventres desvairados de encontro ao espelho
no planar bordado das aves pelo céu colorindo encantos cadentes perfumados
passos desgrenhados sobre a casa do teu corpo despido para lá do espanto
escancarada penumbra desalinhada dos lençóis a contemplar as tuas pernas de risos cativos
abrigo de nós na garganta abreviando silêncios
pedaços egoístas à medida dos sonhos misturados nos lábios subitamente exilados
na fuga das incontáveis noites de arrepios de hálitos quentes e cegos dentes na pele de aconchegos
expulsos de nós mesmos e perdidos nos odores assanhados das almofadas
onde juntos, em espanto, conhecemos o verdadeiro azul do mar
Zé Afonso
onde te beijo os seios com os olhos enquanto o teu sorriso me desperta o sono e nos aglutina em momentos esquecidos nos ponteiros incertos do relógio
inicio dos tempos a colher olhares distraídos nos corpos suados de ponderados instantes nus onde te penetro com o cio ansioso das vontades
fúria cruel de tantas outras paragens na desordem das horas
ventres desvairados de encontro ao espelho
no planar bordado das aves pelo céu colorindo encantos cadentes perfumados
passos desgrenhados sobre a casa do teu corpo despido para lá do espanto
escancarada penumbra desalinhada dos lençóis a contemplar as tuas pernas de risos cativos
abrigo de nós na garganta abreviando silêncios
pedaços egoístas à medida dos sonhos misturados nos lábios subitamente exilados
na fuga das incontáveis noites de arrepios de hálitos quentes e cegos dentes na pele de aconchegos
expulsos de nós mesmos e perdidos nos odores assanhados das almofadas
onde juntos, em espanto, conhecemos o verdadeiro azul do mar
Zé Afonso
7 comentários:
emoções que se misturam nos sentidos e, fotograficamente, se transformam em belas palavras...a formar poesia!
Parabéns! beijo
Rosarinho
Todos dizem que o coração é vermelho. Mas eu insisto: deve ser azul.
Lindo. Muito.
O meu abraço
Que essa tua veia inspiradora não cesse nunca. Um doce abraço ;)
Esta poesia é um verdadeiro "assalto" à nossa consciência, quase sempre de olhares desatentos perante a vida.
Beijinho Grande de mais uma admiradora do teu trabalho,
Filomena Conceição
Um poema simples, delicado e aconchegante que expressa o maior e melhor sentimento do mundo...
em "sonhos misturados"
Beijo
Que me dizes tu das palavras sentidas, aquelas que não conseguimos escrever, aquelas que não somos capazes de expressar, aquelas que se conhecem no olhar, no mais intimo de nós?
Um espaço de rara beleza. Os meus sinceros Parabéns. :)
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