sábado, 12 de fevereiro de 2011

* "onde termino sempre num mar de gaivotas no teu peito"

Palpo esta doce realidade nos ponteiros do marcador do tempo - estações perfeitas que ilustram madrugadas de hálitos doces como bolos de arroz em mãos de menina, cópias insanas no olhar da alma, brasa que nos aquece este momento extasiado de luz luar. Labuta em nós de dedos nos seios dos sentidos, esconderijos distraídos nos faróis do caminho onde de mãos dadas chegamos ao sol e, de pé em pé pelas escorregadias pedras da praia alcanço horizontes azuis no desenho das tuas costas, alegria de giz a pintar docilidades no aconchego do teu colo de moinhos arrastados no movimento das marés.

Zé Afonso

8 comentários:

Anónimo disse...

Meu caro Zé Afonso

Antes de qualquer discurso, quero dizer-te que escreves com a verdadeira alma de um poeta, mesmo sabendo de ante-mão que não o és, ou pelo menos, não te intitulas poeta! VIVA, este teu blogue é de profunda sabedoria e reconhecimento do verdadeiro cerne da escrita. Bem hajas!
Grande abraço,
Emílio Gonçalves

Virgínia do Carmo disse...

Doce. Muito doce.

Anónimo disse...

Bendito homem que assim escreve. Eu fico por aqui "a pintar docilidades" neste espaço de encanto e que na "labuta em nós de dedos" nunca te falte inspiração.
Um abraço ;)

Tânia disse...

Fantástico. Gosto imenso da maneira como escreve.

Tânia disse...

Fantástico. Adoro a maneira como escreve.

Vieira MCM disse...

Maravilhoso texto que nos eleva a consciencia a patamares onde a alma se perde e o tempo voa.
Apetece dizer: as gaivotas falam desse amor.

Abraço

Vieira MCM

alma nua disse...

"Nos ponteiros do marcador do tempo" andei desaparecida por motivos de saúde,mas agora já estou nova em folha e cá vim espreitar à tua esquina...e ver o movimento das marés! Como é bom ler-te!

Beijo

Rosario Ferreira Alves disse...

Uma urgência doce, doce...
Li várias vezes e só agora comentei. Pareceu-me mais urgente agora. Mas ainda doce. Mais, sim?

Beijinho

Rosário