domingo, 9 de janeiro de 2011

No arco-íris das delicadezas, obsessivos passos na varanda da alma, distracção deste telhado que me protege da chuva e aquece a vida. Agora talvez quisesse ser um pássaro branco a atravessar o sol ou quem sabe quisesse apenas o teu sorriso a despertar-me o sono com beijos nas pálpebras - Certezas concretas transparentes e profundas de uma verdade que perdura - Chave de uma vida consistente ao redor das pequenas coisas - pés descalços sobre o mar e o silêncio do mundo a agitar-me os sentidos. Sopros de lucidez à mão de semear e nos entortados rabiscos mãos de um corpo arrastado pelas pedras da memória em sobressalto onde aconchegado naufrago nos umbrais como um menino pequenino à procura dos sonhados seios suaves e quentes repletos de colo - bússola da vida a desfolhar-me demasiadas certezas - eu sei, como diz o poeta e a sua grande Pessoa “ tudo vale a pena se a alma não é pequena”.

Zé Afonso

7 comentários:

Anónimo disse...

Perfeito!És literalmente um poeta de mão cheia de palavras!
Maria João

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=CFpEk031_nM
;)

Vieira MCM disse...

Vale mesmo a pena, ler este maravilhoso texto e deixarmo-nos embalar. Simplesmente soberbo.

Abraço

Vieira MCM

Anónimo disse...

lindo mesmo!

Virgínia do Carmo disse...

Está-se bem na varanda da alma.

Vieira MCM disse...

Lindissimo texto. Que o teu desejo se concretize e sejas um pássaro branco, que o teu vôo te leve mundo fora, onde o amor estiver à tua espera.

Abraço

Vieira MCM

Anónimo disse...

Sublime.