segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sentidos de vozes espalhadas nas searas da pele que juro saber de cor. Pequenos infinitos que nos dão eternos significados. Singelos, mas verdadeiros beliscões nos seres desavisados e repletos de vontade. Palpitantes cantos aconchegos refúgios em tábuas rasas: identidades reflexos de cordões umbilicais, placentas transcendentes de calor.
O infinito espreita-me à esquina das palavras, na varanda do coração


o infinito aparece-me assim
sem tamanho
sem documento
sem aviso
sem bater à porta e também sem gritar da janela que as coisas da alma não se medem: cultivam-se.


Medidas exactas que querem SER
Ser para Sempre em sorrisos sinceros nas fruteiras dos dias colhidos ao acaso
múltiplas essências de vida
infinitos lugares sem razão, mas com sentidos desmesurados desta minha nossa imensa partilha de compartilhar instantes multiplicados ao expoente máximo de tantos poentes nascentes ora no mar ora no topo das montanhas, quiçá na lua
polposas certezas costuradas a saliva na sala dos espelhos, reflexos coloridos da alma
olhar de quem olha por nós e para nós com meigos gestos e delicadezas nos olhos
intimidades de retratos a preto e branco estendidos no chão
não sou dono das verdades absolutas, mas quero guardar a relevância superlativa deste momento e afirmar que o amor alimenta a alma e que para meio entendedor uma boa palavra basta: realmente é a caminhar que se constrói o caminho!


Zé Afonso

10 comentários:

Rosario Ferreira Alves disse...

Um poema "infinito" de beleza, replecto de (e)ternos significados. É um dom saber escrever assim. É uma delícia poder ler-te:)
Parabéns. Beijinho grande.



Rosarinho

Vieira MCM disse...

Não és dono das palavras, mas és dono de uma sensibilidade e inspiração incriveis.
Parabéns pelo texto, quanto a mim excelente. Adorei.

Abraço

Vieira MCM

alma nua disse...

Para meio entendedor as tuas imensas boas palavras bastam. Muito doce de ler e eternamente profundo na "varanda do coração". Lindo.
Beijos

Anónimo disse...

SEM COMENTÁRIOS. Tudo aquilo que pudesse dizer agora seria nada perto da avalanche de emoções que senti ao ler o que escreves neste teu espaço. Belíssimo e emocionante.


Obs: Gostava de seguir-te, mas não sei como faze-lo. Preciso ter uma conta Google? Desculpa a minha ignorância.
Abraços,
Sónia Figueiroa

Anónimo disse...

Escrita e imagem à altura dos céus, sem limites.

Artur Costa

Virgínia do Carmo disse...

Pois é, Zé... também acho. Mas tu soubeste dizê-lo de uma forma muito bela.

Um beijinho

Sempre disse...

Exímia alma de poeta que nos brinda com moléculas sanguíneas que circulam entre artérias e veias, e bifurcam num coração infinito. A imperiosa necessidade de Ser Sempre. Sabe bem o sentir aqui. Beijinhos ;)

Anónimo disse...

Grandiosa alma "sem tamanho"!È tão bonito o que escreves, carregado de tanta emoção.
Adorava conhecer-te fosse numa rua qualquer no virar de uma esquina quiça no caminho ;).
Adoro ler-te.
Bjnho

Eternamente disse...

O encanto na sabedoria de quem te espreita "na varanda do coração". Assim são os amores ternos e eternos. Beijo :)

Anónimo disse...

"O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição."
Importante são os teus dizeres.

Ana Paula Areias