
adormeço na ânsia de desvendar
o mundo que me foge dos pés
extraviado de mistérios
cesso de lembrar da vida
entontecido vislumbro
apenas a paisagem ao redor
farol das minhas palavras
refúgio de alma em conflito
delírios de um estremunhado transeunte
em pinceladas nas ruas do espanto,
alegorias perfeitas
a deslizarem embriagadamente
fachadas de moinhos ao vento,
projecto de um corpo
esperança insensata
na oportuna espuma do mar
e esquecido de mim
deixo me envelhecer
Zé Afonso
6 comentários:
Bestial esse desenrolar de palavras!
o ponto temporal
exacto lugar das narrativas
onde a memória se acrescenta.
gostei de conhecer
um lugar onde a alma tem corpo
_______
... ante o que nos presenteia o planeta de finitas palavras!!...
"enleado" também eu me "quedo" por este lugar onde as palavras têm alma e vivacidade! Fantástico!
Novelo de memórias no qual nos esquecemos...
Abraço!
Jefferson
Quisera a vida ser um manto de pensamentos!
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