quinta-feira, 29 de outubro de 2009

enleado por velhas narrativas
adormeço na ânsia de desvendar
o mundo que me foge dos pés
extraviado de mistérios
cesso de lembrar da vida
entontecido vislumbro
apenas a paisagem ao redor
farol das minhas palavras
refúgio de alma em conflito
delírios de um estremunhado transeunte
em pinceladas nas ruas do espanto,
alegorias perfeitas
a deslizarem embriagadamente
fachadas de moinhos ao vento,
projecto de um corpo
esperança insensata
na oportuna espuma do mar
e esquecido de mim
deixo me envelhecer


Zé Afonso

6 comentários:

Anónimo disse...

Bestial esse desenrolar de palavras!

maré disse...

o ponto temporal

exacto lugar das narrativas
onde a memória se acrescenta.

gostei de conhecer
um lugar onde a alma tem corpo

_______

quasicentelha disse...

... ante o que nos presenteia o planeta de finitas palavras!!...

Anónimo disse...

"enleado" também eu me "quedo" por este lugar onde as palavras têm alma e vivacidade! Fantástico!

Jefferson Bessa disse...

Novelo de memórias no qual nos esquecemos...

Abraço!

Jefferson

Anónimo disse...

Quisera a vida ser um manto de pensamentos!